Definir o preço da consulta é um desafio para a maioria dos médicos. Isso porque o assunto dificilmente é tratado dentro das faculdades, além do dinheiro é um assunto delicado para se abordar com colegas.
No entanto, este é um ponto importante para a construção da carreira médica, além de garantir a saúde financeira do profissional. É importante, em um primeiro momento, considerar todos os custos envolvidos nos atendimentos, a fim de obter uma margem de lucro satisfatória.
Passada a tarefa de cobrir as despesas, o profissional pode partir para uma análise de seus diferenciais e custos indiretos.
Por onde começar?
O primeiro passo para saber quanto cobrar por consultas é conhecer o seu público e o mercado. Ao definir quem é o seu paciente (veja mais: 6 estratégias para atrair pacientes), é possível traçar quais, provavelmente, são seus principais desejos e também seu poder aquisitivo.
Por exemplo: se o objetivo é atender o público A, vale mais a pena investir em um consultório com manobrista na porta do que em um imóvel perto do metrô. Ao mesmo tempo, uma clínica popular deve privilegiar um valor acessível a oferecer café expresso na sala de espera.
Definido o público-alvo, procure conhecer mais o seu mercado:
- Qual a demanda de seu serviço?
- Quantos profissionais prestam o mesmo serviço que você na sua região?
- Quanto eles costumam cobrar?
Tendo estes números em mãos, comece a analisar quais são os seus diferenciais ou o que você pode agregar ao seu atendimento. Aqui, você pode considerar:
- Estrutura da clínica;
- Facilidade de estacionamento, convênios ou serviços de manobrista;
- Tempo de consulta;
- Serviços agregados, como exames ou procedimentos disponíveis na clínica;
- Cortesias oferecidas, como café, chás, sucos, lanches;
Lembre-se que muitas vezes o cliente é atraído e fidelizado por coisas simples. Estes detalhes, além de influenciarem o retorno do paciente, agregam valor ao atendimento e justificam o preço da consulta.
Expertise médica
Em tempos de dancinhas de Tik Tok e profissionais celebridades, pode parecer que a formação e o conhecimento não são mais os fatores principais para avaliar um médico. No entanto, somente a expertise é capaz de garantir ao paciente uma boa experiência no seu cuidado da saúde.
Aqui, podemos abordar duas perspectivas importantes. Primeiramente, a boa formação tem um custo e precisa ser embutido no valor da consulta.
Por isso, além de considerar a média de preço e o poder aquisitivo do paciente, a formação deve compor o valor da consulta. Todo o capital social e econômico destinado à formação do profissional, além dos anos de experiência, agregam valor a seu trabalho e tempo.
Vale lembrar que mesmo depois de longos períodos de graduação, residência e especialização, a atualização do médico é contínua. Seja ela por meio de cursos, congressos ou tempo de estudo individual.
O segundo ponto importante é que seu paciente precisa estar ciente de seu investimento e para pagar por essa formação diferenciada. Por meio de estratégias de marketing, o profissional consegue destacar seu histórico e agregar valor ao seu trabalho. Além disso, é necessário destacar diferenciais de sua prática médica, detalhes específicos de sua área de atuação e outros pontos de valor.
Gastos operacionais
Considerar as despesas fixas do médico é essencial para definir o preco da consulta de medico. O cálculo de custo fixo para cada consulta é simples:
CUSTOS FIXOS MENSAIS (aluguel, salários, energia, água, internet, materiais de escritório e limpeza, entre outros) / NÚMERO MÁXIMO DE CONSULTAS QUE PODEM SER REALIZADAS EM UM MÊS = CUSTO FIXO DE CADA CONSULTA
Entende-se ainda por despesas operacionais a compra de medicamentos, insumos cirúrgicos e demais recursos tecnológicos oferecidos ao paciente.
No início da carreira, o médico pode optar por espaços compartilhados ou por consultórios locados por hora. Assim é possível reduzir os custos e viabilizar suas consultas.
Além dos gastos diretos com a manutenção do espaço, é preciso lembrar dos valores investidos na captação de novos pacientes. Aqui entram os investimentos com:
- Criação e manutenção de website;
- Desenvolvimento de identidade visual;
- Produção de conteúdo;
- Gestão de marketing médico.
E afinal, quanto cobrar?
A resposta é depende. Sobretudo do tipo de especialidade, de onde o médico está localizado e de qual o perfil socioeconômico de seus clientes.
Todos os critérios desenvolvidos acima devem ser ponderados com relação à porcentagem de lucro pretendida pelo profissional.
Em geral, o ideal é que a consulta não seja nem tão barata a ponto de sugerir que o médico é desqualificado, e nem tão inacessível a ponto de afastar o público.
No mais, converse com seus colegas e seja receptivo ao feedback dos pacientes que atende. Este será um ótimo termômetro para definir o preço de sua consulta.
Caso precise de orientação para definir o valor de sua consulta e impulsionar sua carreira médica, entre em contato com a OnLabel.